quarta-feira, 4 de julho de 2012

Todo o poder de Adriana Esteves em ”Avenida Brasil”

     adriana esteves
Avenida Brasil já virou um vício pra mim. Por vários motivos. A história (não importa se é parecida ou não com a da série Revenge) é bárbara, o texto do João Emanuel Carneiro está afiadíssimo e o elenco é um assombro. E por mais que Débora Falabella esteja ótima como Nina, a primeira-dama da novela é mesmo Adriana Esteves. O enorme talento da atriz não é novidade para ninguém e sua trajetória é a prova disso. Seja na pele de mocinhas – como a Lúcia Helena, de A Indomada (1997), ou a Marina, de Pedra Sobre Pedra(1992) – ou como vilãs – a Sandrinha, de Torre de Babel (1998), e a Amelinha, de Coração de Estudante(2002) – Adriana sempre arrasa. Como não citar também a voluntariosa Catarina, de O Cravo e a Rosa(2000), a destemida Lola, de Kubanacan (2003), e a inesquecível Dalva de Oliveira, da minissérie Dalva e Herivelto – Uma Canção de Amor (2010). No mesmo ano, Adriana ainda estrelou o melhor episódio de As Cariocas: A Vingativa do Méier. E mesmo participando de poucos capítulos de Senhora do Destino 
(2004), deixou sua marca registrada como a versão jovem de uma das maiores vilãs da teledramaturgia brasileira: Nazaré Tedesco. E dá para esquecer a hilariante Celinha, da série Toma Lá Da Cá (2005/2007)? Claro que não. Ou seja: no drama ou na comédia, Adriana Esteves sempre bate um bolão e marca gol.
   adriana esteves
E acredito mesmo que todas essas personagens serviram de preparação para a Carminha. Sim, porque a personagem é um pouco disso tudo. Carminha é de uma crueldade assustadora, mas também é muito engraçada. Ela sofre por não ser aceita pelo filho, Jorginho (Cauã Reymond), mas é capaz de chamar a filha, Ágata (Ana Karolina), de gorda, cafona e feia sem um pingo de remorso ou constrangimento. Carminha é apaixonada por Max (Marcello Novaes), mas nunca escondeu que gosta da vida que construiu ao lado de Tufão (Murilo Benício). Tamanha contradição pedia mesmo por uma atriz sem medo de arriscar, caso contrário iria se tornar uma personagem nada crível. Adriana é assim. Ela vai fundo nas emoções, consciente de que apenas dessa maneira consegue atingir o coração do espectador.
 adriana Esteves
 
Ela certamente aprendeu isso com o trauma causado pelo fracasso de sua participação em Renascer (1993), como a vingativa Mariana. Na época, Adriana, muito jovem, recebeu uma enxurrada de críticas negativas, que levaram a uma Síndrome de Pânico. O que foi uma tremenda injustiça, já que a composição que ela fez para uma típica caipira foi perfeita. Adriana se deixou abater terrivelmente, mas tal e qual a ave Fênix, ressurgiu das cinzas, muito mais forte e determinada e sem receio de ouvir críticas. E transformou-se nessa atriz extraordinária, que toda noite nos presenteia com um desempenho primoroso.

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